A contribuição de bakhtin para a análise do discurso
O estudo da Análise do Discurso, desde o início, tem deixado gramáticos e estudiosos da língua sempre em discussão. O mesmo tem um campo muito intenso em relação aos conceitos que, por sua vez, leva a grandes polêmicas a cerca do tema. Pelo fato de ser o discurso uma construção social, não individual, já faz com que haja certa dificuldade no entendimento. Bakhtin tem contribuído muito para a nossa compreensão relacionada a esse assunto, pois ele deixa claro que a linguagem é uma interação social, ou seja, o sujeito, ao falar ou escrever, deixa suas marcas quanto a sua conduta, meio social e até experiências vividas. O autor diz que a verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas, nem pela enunciação monológica, isolada, mas pelo fenômeno social da interação verbal que se realiza através da enunciação, constituindo assim a realidade fundamental da língua, isto é, se relaciona com outros discursos similares ou próximos. Esta relação se dá às referências que um texto sempre faz a outro, tem o intuito de aprimorar cada vez mais o conhecimento de determinado tema, constituindo assim um território comum entre o locutor e o locutório. Pois estes interlocutores ao colocarem a linguagem frente um para o outro produzem um movimento dialógico. Uma das características fundamentais do dialogismo bakhtiniano é “conceber a unidade do mundo nas múltiplas vozes que participam do dialogismo da vida.” (Jobim e Souza, 1994:104). A unidade do mundo, para Bakhtin é polifônica. As palavras, por sua vez, não são monológicas e sim plurivalentes, plenas de sentido. É com esse pensamento que ele desenvolve o seu original conceito de que um sempre fala a fala do outro. Segundo Bakhtin (1992), a enunciação é o proveito da interação de dois indivíduos socialmente organizados, pois sua natureza é social. A enunciação não existe fora de um contexto sócio ideológico. Portanto, ela