Projetos
XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010
Mikhail Bakhtin: contribuições para o estudo da semiótica da comunicação1
Francismar FORMENTÃO2
Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, PR
RESUMO
Os estudos em torno do filósofo russo Mikhail Bakhtin têm ganhado importância e quantidade nos últimos anos entre estudiosos de diversas áreas do conhecimento. Nesta pesquisa, destacam-se suas contribuições ao estudo da semiótica da comunicação. Uma concepção dialógica da linguagem e da comunicação que engloba a relação vida/cultura, o real concreto, a formação da consciência dos indivíduos e a materialidade sígnica de todas as produções humanas dotadas de valor; descentralizando o sujeito e o reconduzindo à situação de agente ativo em interação constante e fluída: um sujeito responsivo e responsável. Nessa concepção, a mediação é integrante teórico-prática no plano volitivo-emocional, ético-cognitivo e estético, unindo o mundo sensível e o mundo inteligível em conteúdo-forma-processo.
PALAVRAS-CHAVE: semiótica discursiva; filosofia da linguagem; comunicação;
Mikhail Bakhtin.
A semiótica trouxe importantes contribuições aos pesquisadores da comunicação, diversas propostas de estudiosos recebem destaque neste campo: Charles
Sanders Peirce (1839-1914), Ferdinand de Saussure (1857-1913), Roland Barthes
(1915-1980), Algirdas Julien Greimas (1917-1992), Umberto Eco (nascido em 1932), por exemplo. Neste estudo, discute-se as contribuições de Mikhail Bakhtin (1895-1975) para o estudo da semiótica da comunicação, a relevância de um método que apresenta movimentos dialéticos que colocam em evidência uma de suas maiores contribuições ao pensamento semiótico: o signo ideológico.
É importante ressaltar que o próprio Bakhtin em seus escritos prefere a autodenominação de filósofo da linguagem, e não semiótico