Mestre em Linguística Aplicada
Adail SOBRAL
(FACIS – UNIMEP)
ABSTRACT: L. A. Marcuschi apresentou recentemente uma relevante proposta de exame da relação entre "forma textual" e "gênero", proposta que, também em função do legítimo interesse didático que se pode perceber nas propostas do autor, permanece no texto como unidade de base, mas indica um importante momento de transição do ponto de vista do autor no tocante à integração entre texto, discurso e gênero. Marcuschi afirma, entre outras coisas, que "não há relação de biunivocidade entre texto e gênero", alegação com que pretendo dialogar a partir da concepção de gênero e de discurso do Círculo de Bakhtin a fim de demonstrar que (1) essa proposta de Marcuschi constitui uma relevante contribuição à distinção entre "gênero textual" e "gênero discursivo" (ou "tipo de texto" e "gênero"), (2) em função de suas características, propõe uma produtiva integração entre o "trato textual" e o que denomino "trato genérico" e (3) permite situar a perspectiva do autor numa proposta de estudo do gênero centrada no discurso como mediador entre o gênero e o texto.
KEYWORDS: Gênero textual, gênero discursivo, L. A. Marcuschi.
Introdução
L. A. Marcuschi apresentou recentemente uma relevante proposta de exame da relação entre "forma textual" e "gênero", proposta que, também em função do legítimo interesse didático que se pode perceber nas propostas do autor, permanece no texto como unidade de base, mas indica um importante momento de transição do ponto de vista desse autor no tocante à integração entre texto, discurso e gênero. Pretendo dialogar com essa proposta de Marcuschi a partir da concepção de gênero e de discurso do Círculo de Bakhtin, a fim de demonstrar que essa proposta de Marcuschi
(1) constitui uma relevante contribuição à distinção entre "gênero textual" e
"gênero discursivo" (ou "textualizações” e "gênero");
(2) propõe, em função de suas características, uma produtiva integração