A Construção Social do Conceito de Infância
Houve grande mudança no conceito de criança com o passar do tempo, que tal qual é entendida hoje, resulta inexistente antes do século 16. Na idade média não havia demarcação clara de fases de vida, assim a consciência social e cultural não aceita a existência autônoma da infância como uma categoria humana diferenciada. Crianças e adultos compartilhavam os mesmos ambientes e atividades, fossem eles domésticos, de trabalho ou de festa.
A partir do século 17, na Idade Moderna, entre as classes dominantes, surge o primeiro conceito real da infância, ao se observar a dependências dessas. As crianças, vistas apenas como seres biológicos, passaram a ser diferenciadas dos adultos, pois necessitavam de grandes cuidados e proteção, assim como de uma rígida disciplina, a fim de educá-las para se transformarem em adultos socialmente aceitos. Com a institucionalização da escola, o conceito foi evoluindo lentamente. Atualmente, a faixa de idade na qual se é criança ainda é discutida, porém a concepção de infância já mudou, sendo uma fase na qual o crescimento se desdobra em diferentes fases emocionais e intelectuais. A educação infantil teve um inicio agressivo, pois era utilizado um método de punição física quando havia algum erro, na maioria das vezes. Rousseau propôs uma educação sem punições severas, o que trouxe um avanço para a educação da criança. Mais tarde, Durkheim buscou entrelaçar a infância com os princípios de moral e disciplinarização. Pode-se ver que a própria escolarização da criança trouxe benefícios para entender melhor essa fase.
Na maior parte da história, crianças com mais de sete anos eram tratadas como adultos, realizando as mesmas atividades, vestindo-se como eles e, até mesmo, ingressando na comunidade sexual. Esse período ocorreu antes que a ideia de inocência infantil fosse concebida, o que ocorreu primeiramente no iluminismo, como uma ideia primitiva ainda e teve seu apogeu durante o século 20 nos