RESENHA: A Infância Como Construção Social
No capítulo escrito por Manuel Pinto, do livro “As crianças: contextos e identidades”, o autor discute sobre o tema “a infância como construção social”. Fala da sua pretensão em refletir sobre a naturalidade que caracteriza a infância. Discute também, sobre as conclusões de alguns estudos históricos antropológicos que falam como a infância possui uma importante dimensão de construção social. Opiniões diferentes sobre a infância é alvo da fala de pesquisadores e opiniões de senso comum. Segundo Pinto, para alguns, a criança deve ser inserida no mundo do adulto e na opinião de outros, a criança precisa ser protegida em relação a esse mundo adulto. O autor subdivide esse capítulo em subtítulos. O primeiro é “uma perspectiva histórica sobre a infância” nele aborda a questão da infância partindo de um ponto de vista histórico. Ele cita Phillipe Ariès em seu estudo “História Social da Infância e da Família”. Destaca em seu trabalho em subitens e resumidamente as idéias sustentadas na obra de Ariès:
• Distinção entre infância e idade adulta tomando forma a partir dos finais do século XVII e especialmente do século XVIII, em alguns setores da aristocracia e da burguesia;
• Indícios de diferenciação entre criança e adulto já no século XVI, mas “nas classes superiores da sociedade”;
• Representação das crianças medievais como homúnculos;
• Persistência dos antigos modos de vida e de concepções de infância quase até aos nossos dias, entre as classes populares. Segundo Pinto, a inexistência, em séculos passados, do que Ariès cunhou como sentimento de infância, não significa que os adultos desprezavam ou negligenciavam as crianças, pois embora pudesse não haver a noção moderna de infância, a existência da afeição do adulto pela criança não pode ser desconsiderada. Por outro lado, ressalta que a incorporação da criança na sociedade adulta (isto é, nas suas atividades e afazeres) acontecia precocemente, à medida que a