A Construção das Ciências
RA: 425184
Fichamento: A Construção das Ciências – Capítulo 2 (Gérard Fourez)
No método dialético primeiro se afirma uma tese (a maneira pela qual a realidade se apresenta), depois apresenta-se uma antítese (negação da tese baseada em exame crítico da mesma), e por fim apresenta-se uma síntese (nova maneira de ver resultante do processo crítico). É importante ressaltar, porém, que a síntese não é uma visão absoluta, pois ela se torna uma nova tese, que poderá ser confrontada com uma nova antítese.
Método científico: “As ciências partem da observação fiel da realidade. Na sequência dessa observação, tiram-se leis. Estas são então submetidas a verificações experimentais e, desse modo, postas à prova. Estas leis testadas são enfim inseridas em teorias que descrevem a realidade.”
A observação não é puramente passiva, mas trata-se de certa organização da visão. Para observar, é preciso relacionar o que se vê com noções que já se possuía anteriormente (interpretação, integrar uma visão na representação teórica que fazemos da realidade). A impressão de imediatez que se confere à observação deve-se ao fato de não se questionar as teorias que servem de base à interpretação (elas já existiam antes de nós, vem de nossa cultura).
Fato: um modelo de interpretação que precisa ser provado. Os fatos não são neutros, pois se ligam à linguagem e à cultura.
Não se pode observar sem a linguagem (mental ou verbal). As proposições empíricas não se opõem às proposições teóricas, pois elas mesmas já são teóricas. Elas diferem, porém, por meio de uma convenção prática ligada ao trabalho científico do momento – as proposições empíricas não são discutidas naquele momento por praticidade.
Definição: “releitura de um certo número de elementos do mundo por meio de uma teoria” (é, portanto, uma interpretação). Para definir, utilizamos um esquema teórico admitido. A definição e os processos teóricos nos dão objetos científicos padronizados.
A observação