A construção das ciências- Fourez
• Método Crítico Dialético: “(...) este método é chamado de dialético, pois reproduz um esquema muito difundido desde Hegel: primeiro, se afirma uma tese, isto é, a maneira pela qual a realidade se apresenta. Depois, apresenta-se uma antítese, ou seja, a negação da tese, negação que é provocada pela aparição de outros pontos de vista, surgidos com base no exame crítico que se fez. Enfim, apresenta-se uma síntese, que é uma nova maneira de ver, resultante do processo crítico”. (p.37)
• A síntese se constitui como uma nova maneira de ver, que resulta da investigação realizada; e torna-se uma nova tese, confrontada com uma nova antítese, dando origem a uma nova síntese, e assim sucessivamente.
• O método crítico dialético não busca produzir uma verdade final, mas sim uma verdade “crítica”; sendo que “O refinamento crítico ocorrerá cada vez que a nova “tese” não satisfazer mais a nossos projetos”. (p.38)
• “De acordo com a visão espontânea que a maioria tem da observação, esta diz respeito às “coisas tais como são”. É sob este pressuposto que se diz com frequência que a observação deve ser fiel á realidade, e que, ao descrever uma observação, só se relata aquilo que existe. A observação seria uma mera atenção passiva, um puro estudo receptivo”. (p.39)
• A observação não é unicamente passiva, pois se trata de uma organização da visão, sendo que só vemos as coisas ao passo que elas correspondem a um determinado interesse, e eliminamos os elementos que não fazem parte daquilo que observamos.
• “Quando eu observo “alguma coisa”, é preciso sempre que eu “a” descreva. Para tanto, utilizo uma série de noções que eu possuía antes; estas se referem sempre a uma representação teórica, geralmente implícita. Sem essas noções que me permitem organizar a minha observação, não sei o que dizer. E, na medida em que me faltaria um conceito teórico adequado, sou obrigado a apelar a outros conceitos