A constituiçao e institucionalização do Serviço Social como profissão na sociedade até os anos de 1950
Gustavo MENEGHETTI*
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RESUMO: O presente artigo tem como tema a questão social, entendida como o conjunto das expressões das desigualdades sociais advindas do sistema capitalista e da sua inerente contradição capital/trabalho. O contexto de análise é o capitalismo dependente, considerado como sistema econômico-político-social de organização da produção de um conjunto de países nos quais a inserção no capitalismo mundial acontece de forma dependente e complementar em relação aos centros capitalistas avançados. O Brasil é o espaço privilegiado, ampliando-se a análise em termos de América Latina. A tese defendida considera que é somente a partir de uma análise crítica das particularidades assumidas pelo capitalismo dependente que se pode chegar a uma compreensão adequada e completa sobre a questão social nos países da periferia capitalista. O objetivo é acrescentar elementos e ampliar focos analíticos acerca da questão social no capitalismo dependente. O referencial teórico é baseado em três autores vinculados à “teoria marxista da dependência”: Darcy Ribeiro (2007), Ruy Mauro Marini (2000) e
Florestan Fernandes (1999).
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PALAVRAS-CHAVE: Questão
Dominação Imperialista.
Social;
Capitalismo
Dependente;
Introdução
A pergunta – o que é questão social? – suscita na maioria das vezes respostas diferentes umas das outras, nas quais, embora existam similaridades, sempre se fazem presentes elementos e focos analíticos um tanto diversos. Não cremos que haja um consenso em torno daquilo que caracteriza o termo questão social.
As produções teóricas sobre o tema, em que se destacam, principalmente, sociólogos e assistentes sociais, quase sempre trazem novos enfoques, caracterizações distintas, elementos de análise diferenciados, o que se deve, a nosso ver, não em função dos autores – pois guardam semelhanças em suas abordagens – mas devido à própria complexidade que envolve a questão