Direitos humanos
O surgimento do serviço social no Brasil na década de 30 tem suas origens vinculadas à doutrina católica e os movimentos dela decorrentes. Neste momento estavam presentes tanto as contradições do capitalismo quanto a submissão a este na sociedade brasileira, assim como no âmbito do serviço social europeu (que foi a base das práticas trazidas para o Brasil). Segundo Martinelli:
A acumulação capitalista deixava de se fazer através das atividades agrárias e de exportação, centrando-se no amadurecimento do mercado de trabalho, na consolidação do polo industrial e na vinculação da economia ao mercado mundial. O processo revolucionário em curso no Brasil desde a segunda metade da década de XX, vinha exigindo uma rápida recomposição do quadro político, social e econômico nacional (MARTINELLI, 2011, p.114)
Diante desse contexto e da configuração do Serviço Social que surge no Brasil, trazida por iniciativas particulares da burguesia e respaldada pela igreja, é possível compreender as características assumidas pelo serviço social brasileiro naquele momento inicial. As primeiras escolas, fundadas por grupos cristãos, recebiam alunos de classe média, que em sua grande maioria eram mulheres, que buscavam além do preparo para uma profissão, a gratificação pessoal. A política legalista e controlista da década de 30 fortaleceu o processo de profissionalização e institucionalização do serviço social, principalmente no âmbito das instituições