a condição pos moderna
David Harvey
Loyola, São Paulo, 2004.
Parte I- Passagem da Modernidade à Pós-Modernidade na Cultura Contemporânea
A visão que temos do Modernismo é geralmente percebida como positivista, tecnocêntrica e racionalista, o modernismo universal tem sido identificado com a crença no progresso linear, nas verdades absolutas, no planejamento racional de ordens sociais ideais, e com a padronização do conhecimento e da produção. O pós-modernismo, em contraste, privilegia a heterogeneidade e a diferença como forças libertadoras na redefinição do discurso cultural. A fragmentação, a indeterminação e a intensa desconfiança de todos os discursos totalizantes são o marco do pensamento pós-moderno.
Segundo Eagleton (1987), o pós-modernismo assinala a morte das metanarrativas, cuja função terrorista secreta era fundamentar e legitimar a ilusão de uma história humana universal. A ciência e a filosofia devem abandonar suas grandiosas reivindicações metafísicas e ver a si mesmas, mais modestamente, como um conjunto de narrativas.
2_Modernidade e Modernismo
A Modernidade escreveu Baudelaire em seu artigo seminal “The painter of modern life”, (publicado em 1863), “é o transitório, o fugidio, o contingente; é uma metade da arte, sendo a outra o eterno e o imutável”. É importante analisar essa conjugação entre o efêmero e o fugidio. A vida moderna é caracterizada por tanta efemeridade e mudança por estarmos num ambiente que promete aventura, poder, alegria, crescimento e transformação de si e do mundo-e, ao mesmo tempo em que ameaça destruir tudo que temos, tudo que sabemos, tudo que somos. É um redemoinho que tenta unir a desintegração perpétua com um sonho universal de eternidade.
A idéia de Moderno teve suas bases no que Habermas chama de projeto da modernidade que surge durante o século XVIII. A idéia era usar o acúmulo de conhecimento gerado por muitas pessoas trabalhando livremente e criativamente em