Harvey-Condicao-Pos-Moderna-
Ed. Loyola, 2001.
Neste livro, o autor define contornos culturais da 'condição' pós-moderna em seus aspectos estéticos, sociais, literários e filosóficos. Fazendo das mudanças que ocorreram na experiência do espaço e do tempo o centro de sua tese, o autor vê a 'condição' pósmoderna como uma conseqüência da atual crise do capitalismo, e não como um sintoma do surgimento de uma sociedade pós-capitalista ou pós-industrial.
Parte I
Passagem da modernidade à pós-modernidade na cultura contemporânea
Cap. 3 Pós-modernismo
p. 53
Os pós-modernistas também tendem a aceitar uma teoria bem diferente quanto à natureza da linguagem e da comunicação. Enquanto os modernistas pressupunham uma relação rígida e idenficável entre o que era dito (o significado ou "mensagem") e o modo como estava sendo dito (o significante ou
"meio"), o pensamento pós-estruturalista os vê "separando-se e reunindo-se continuamente em novas combinações". O "desconstrucionismo" (movimento iniciado pela leitura de Martin Heidegger por
Derrida no final dos anos 60) surge aqui como um poderoso estímulo para os modos de pensamento pós-modernos. O desconstrucionismo é menos uma posição filosófica do que um modo de pensar sobre textos e de "ler" textos. Escritores que criam textos ou usam palavras o fazem com base em todos os outros textos e palavras com que depararam, e os leitores lidam com eles do mesmo jeito. A vida cultural é, pois, vista como uma série de textos em intersecção com outros textos, produzindo mais textos (incluindo o do crítico literário, que visa produzir outra obra literária em que os textos sob consideração entram em intersecção livre com outros textos que possam ter afetado o seu pensamento).
Esse entrelaçamento intertextual tem vida própria; o que quer que escrevamos transmite sentidos pag.54
que não estavam ou possivelmente não podiam estar na nossa intenção, e as