A circularidade cultural em Carlo Ginzburg
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Departamento de História
Disciplina: Seminário de Antropologia II
Professor: Crisoston Terto Vilas Boas
Aluno: Rodrigo Henrique Ferreira da Silva
RESUMO: O objetivo deste artigo é mostrar na obra O queijo e os vermes, de Carlo Ginzburg, as discussões referentes à relação entre a cultura popular e a cultura das elites; até que ponto a primeira está subordinada à segunda? Com isso, Ginzburg pretende mostrar que não existe mobilidade social, e sim circularidade sócio-cultural. A questão é estudar a dinâmica de governante e governado para fazer com que olhemos de forma mais ampla e complexa a perspectiva da classe dominante e da classe subalterna.
Palavras-chave: Ginzburg, cultura popular, cultura das elites, circularidade sócio-cultural.
A historiografia de Carlo Ginzburg deve ser considerada de caráter literário, isso devido à influência dos romances em sua infância. Como o romance completa a ideia de um ciclo e uma das principais características do Romantismo é a busca do sentido, este romance, portanto, explica o sentido pela narrativa.
A obra O queijo e os vermes propunha uma ideia que não era esperada pelos intelectuais de esquerda do período, ou seja, propõe uma renovação dos estudos históricos. O que Ginzburg pretende mostrar é que não existe mobilidade social, e sim circularidade sócio-cultural; um sujeito – o moleiro friulano chamado Domenico Scandella, conhecido por Menocchio – que circula dentro de um universo cultural mais sofisticado. A obra quer que olhemos para o indivíduo que está em “baixo” (classe popular) que circula também em “cima” (classe dominante) para pegar indícios; Menocchio quer entender como indivíduos de sua época vivem os indícios dessa época. Com isso, dá a entender que esta obra pretende estudar apenas o governado, mas, na verdade, quer estudar a dinâmica de governante e governado para fazer com que olhemos de forma mais ampla e complexa; o mundo