Dicotomia entre cultura popular e cultura erudita
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Departamento de História – História Moderna – His 166
Discente: Daniel Joni Mendes Nunes da Cunha – 12.1.3682
"No meio de pestes terríveis, de repetidas guerras e de aflitivas lutas civis, numa Europa Ocidental e Central abalada por brutais reviravoltas da conjuntura econômica, a Igreja de Cristo parecia navegar à deriva para o abismo. Mas o século XVI viu-a recuperar e, ao mesmo tempo quebrar-se e mostrar à luz do doa o escandaloso espetáculo do ódio entre seus filhos." [1]
A manutenção da ordem imposta pela Igreja demonstrava uma fragilidade contundente no século XVI. A cisma na Igreja Católica no século XIV, e a divisão da Europa Católica em duas (com dois papas: o pontífice francês Clemente VII e o pontífice italiano Urbano VI), e uma série de concílios que foram mal sucedidos, fazem parte dos elementos que fomentaram essa fragilidade. As grandes navegações e inerente a ela, a descoberta de novas terras, causou certa ineficácia no controle da Igreja, uma vez que o livro sagrado do cristianismo sequer fazia menção às terras descobertas. Segundo Delumeau, não havia mutação geral da sociedade, no século XVI a sociedade era mais ativa, mais urbanizada e mais instruída, mais laica, de atingir em profundidade a própria religião.
Em 31 de Outubro de 1517 o Frei Martinho Lutero afixou suas 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg. Até então as missas e o próprio livro sagrado cristão, a bíblia, estava disponível em latim, e somente em poder de clérigos. Com a sua reforma, Lutero em 1522 começa a traduzir a bíblia para o alemão, de forma que os populares conseguissem ler a bíblia.
Essa mudança estrutural que Lutero propiciou deve-se ao fato de que a partir daquele momento não seria necessário à mediação da Igreja, uma vez que um popular conseguisse