Religiosidade Popular
Sociologicamente, a religiosidade popular é contrastada com a religião elite. A religiosidade popular reúne crenças, práticas, rituais, narrativas, símbolos originários de outras fontes que não àquelas aceitas pelas lideranças religiosas, mas sendo por essas lideranças toleradas, embora tidas como errôneas. Já a religião da elite tende a adesão a aspectos formais, abstratos e cioso de ortodoxia.
Em comum, essa religiosidade popular são manifestações locais no seio das grandes religiões mundiais que incorporam elementos do sincretismo, da mágica e matizes como a veneração de santos populares, a sacralidade de objetos, divinação, busca de soluções a males cotidianos, rituais de cura e exorcismo do mal.
O debate sobre religiosidade popular na América Latina é denso e comporta as mais diferentes vertentes de opinião sobre o assunto. Os teóricos da religiosidade popular concentram suas análises sobre uma forma específica de religião bem assentada e difundida na América Latina: o catolicismo popular. É sobre este fenômeno empírico que os teóricos da religião popular tendem a se debruçar para descrever características e construir seus modelos de interpretação. O objetivo principal desta seção é tentar mapear a discussão sobre a religião popular, bem como trazer à tona a estrutura do debate. De modo algum pretendo esgotar a discussão, mas apenas compor um quadro com os principais pontos levantados por diferentes vertentes de interpretação. Em relação a este quadro tentarei repensar o lugar de uma das religiões que mais se destaca no campo religioso brasileiro, por seu vertiginoso crescimento entre as camadas populares: o pentecostalismo. Ou seja, tentarei analisar as adequações e inadequações desta religião aos modelos teóricos propostos. Segundo Oliveira, podemos destacar duas principais linhas de interpretação acerca da religiosidade popular. A primeira consiste em caracterizar a religião