Religiosidade Popular
Muito mais que valores, crenças e gostos, a religiosidade popular apresenta uma herança cultural que foi recebida pelos mais pobres, simples, comuns, escravos, negros e mesmo imigrantes. Esses personagens são os agentes de sua própria história tanto no campo da cultura como o da religião, são pessoas que dividem, criam e assumem valores, hábitos, atitudes, crenças, músicas e festas religiosas. Contudo, devemos salientar que fazer uma definição sobre o que vem a ser a religiosidade é uma tarefa difícil, já que devemos enfrentar essas definições de modo a podermos levantar hipóteses; pois, só nos é possível entender a religiosidade popular através de um contexto.
Costuma-se fazer certa comparação entre a religião e a religiosidade popular, porém, a religiosidade popular é muito fragmentária, o que leva muitos analistas a considerarem perdida com práticas fora de ordem.
Fala-se de religiosidade popular, mas temos que levar em conta que ela é um veículo de transformação social, constituindo-se a partir da ideologia dos homens que as regem. Outro ponto importante a ser dito é que a religiosidade popular vai seguir em primeira instância o Mito, já que esse é fonte importante para o nascimento dos homens e consequentemente da sociedade, e é esse Homo religiosus que busca recriar a criação, e a faz da sua vida uma constante sustentação dessa verdade.
É, pois, a religiosidade popular uma procura pelo sagrado mais próximo da natureza, a ausência de uma elaboração intelectualmente mais aprofundada e pela solidariedade com a tradição. Essa falta de doutrina e de racionalidade fazem os estudiosos a observá-la como um misturado de práticas.
É importante saber que a religiosidade popular também tem grupos dominantes demonstrando como esta é diversificada, a religiosidade popular nasce com os pobres, mas abre espaço para que todos busquem o contato com o sagrado.
A tradição é o campo norteador para a religiosidade popular