A micro história

O termo nova história cultural foi difundido a partir dos anos 1980, ele possui dois eixos de identificação: um que afirma estar ligada diretamente, como herdeira e ao mesmo tempo questionadora, à uma história cultural que tem raízes desde o século XVIII; e outro que acredita que este movimento possui raízes mais recentes, vinculadas objetivamente na tradição historiográfica francesa, conhecida como história das mentalidades, surgida após os anos 1960. Com uma perspectiva mais restrita ao âmbito francês, um estudo de Ronaldo Vainfas e outro de Roger Chartier, vinculam diretamente o surgimento da nova história cultural como resposta e continuidade à história das mentalidades. Esse movimento recusaria o conceito de mentalidades, o considerando muito ambíguo e pouco preciso. Mas não negam o mental, nem os vínculos com a antropologia e a longa duração. A história cultural é, neste sentido, uma outra denominação para o que, nos anos 1970, era chamado de história das mentalidades. Outros dois elementos vão caracterizar a nova história cultural: a preocupação com o resgate do popular e a busca pelo coletivo (estratificações e conflitos).
Ronaldo Vainfas apresenta ao menos três vertentes atuais:
1. Carlo Ginzburg (cultura popular e circularidade cultural, micro-história);
2. A história cultural de Roger Chartier (práticas e representações);
3. Edward Thompson (história vista de baixo,estudos sobre movimentos sociais e cotidianos das classes populares)
Dos três paradigmas, um que Carlo Ginzburg trouxe com a obra O queijo e os vermes, a micro-história, surge entre 1981 e 1988 através de uma coleção, na Itália, organizada pelos historiadores Carlo Ginzburg e Giovanni Levi e intitulada de Microstorie, que pretendiam fazer uma história a partir de observações em pequena escala da vida cotidiana, os detalhes e indícios que muitas vezes passavam desapercebidos, para além de observar com inusitado interesse o indivíduo anônimo que muitas vezes era apagado da