A cidade e a educação
Produzida por meio de distintos agentes, a Cidade se impõe há muito enquanto um importante objeto de investigações. No campo da educação, são relativamente recentes estudos que ressaltam a sua importância no processo de escolha de rotas e percursos assim como a formação cidadã de crianças e adolescente em idade escolar. Balizados por distintas teorias, os estudos urbanos debruçaram-se, por um bom tempo, na investigação dos diversos agentes produtores do espaço urbano, com destaque especial ao papel desempenhado pelo Estado, muito discutido na disciplina de Teoria do Planejamento Urbano (MDU, 2012).
Entretanto, iluminados por novas perspectivas teóricas, além de inovadores e recém-criados espaços de diálogo, não é pequeno o número de trabalhos que buscam ressaltar o papel da cidade sob a ótica de suas potencialidades no processo de transformação social e desenvolvimento individual, dentre eles o educacional, representado pelo índice de educação básica (IDEB) utilizado no Brasil.
Abordado à luz de distintos prismas teóricos, a Educação e o desempenho escolar nos aparece envolto por diversas possibilidades de investigação como o lugar, quando vinculado à escala do cotidiano, do vivido, revelando o importante papel desempenhado pelo pedestre na produção do espaço urbano. E é nessa direção que pretendemos aqui melhor elucidarmos a discussão a respeito da tríade “educação, violência e urbano”. Para tanto, acreditamos ser necessário compreendermos que o processo de ensino-aprendizagem precisa reconhecer-se em múltiplos espaços educativos. O que estamos dizendo é que quando falamos de educação não a reduzimos à instituição escolar, mas é, também, necessário entendê-la tal como um processo complexo que se desenvolve em múltiplos espaços, indo “para além dos muros da escola”. A tarefa educativa, portanto, não se centraliza em um só sujeito histórico, como o professor, mas institui outros atores. E é nesse sentido que o trabalho em