A centralidade ontológica do trabalho em lukács.
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A centralidade ontológica do trabalho em Lukács1
Sergio Lessa - Prof. da Universidade Federal de Alagoas, membro das editorias das revistas Praxis e Crítica Marxista. Há 25 anos falecia G. Lukács. Deixou inéditos um escrito sobre a democracia e o leste europeu, redigido no calor na invasão soviética da Checoslováquia, os manuscritos de sua Ontologia do Ser Social e sua autobiografia na forma de uma longa entrevista, Pensamento Vivido. A trajetória destes textos é, no mínimo, curiosa. O livro sobre a democracia somente veio a ser publicado em 1989 na França e em 1991 nos Estados Unidos. Em 1983, seu conteúdo permanecia desconhecido até mesmo para o círculo dos colaboradores mais próximos de Lukács, embora sua existência fosse tida como certa. A Itália foi o primeiro país a publicar tanto sua autobiografia em forma de entrevista, quanto a Ontologia do Ser Social. No Brasil, a tradução por Carlos Nelson Coutinho da Ontologia começou a ser publicada em 1979, porém foi logo interrompida.2
Publicado em Serviço Social e Sociedade, v. 52, pp. 7-23, Ed. Cortez, S. Paulo, 1996. 2 - Zur Ontologie des gesellschaftlichen Sein e Prolegomen zur Ontologie des gesellschaftlichen Seins. Prinzipienfragen einer heute möglich gewoerdenen Ontologie, Luchterhand Verlag, 1986. Há uma tradução italiana, Per una Ontologia dell’Essere Sociale (Riuniti, Roma, 1976-81) e Prolegomini all’Ontologia dell’Essere Sociale, Questioni di principio di un’ontologia oggi divenuta possibile (Guerini i Associati, Napoles, 1990). A entevista autobiográfica foi publicada pela Riuniti em 1983, Pensiero Vissuto Autobiografia in forma di dialogo, e algumas passagens foram publicadas no Brasil pela revista Ensaio. O texto sobre democracia e socialismo foi publicado pela Ed. Messidor, da França em 1989, sob o título Socialisme et Democratisation, e nos EUA pela State University of New York Press, 1991, sob o título The Process of Democratization. Em nosso país apenas dois