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2813 palavras 12 páginas
Marxismo e humanismo
07 de dezembro de 2012 | 20h 18
Rodrigo Petronio - O Estado de S.Paulo

A obra Para Uma Ontologia do Ser Social, do filósofo húngaro György Lukács, um dos maiores empreendimentos intelectuais do século 20 nos estudos marxistas, é publicada pela primeira vez no Brasil.
A obra é dividida em dois volumes, com excelente tradução de especialistas como Carlos Nelson Coutinho, Mario Duayer e Nélio Schneider, revisão técnica de Ronaldo Vielmi Fortes, Ester Vaisman, Elcemir Paço Cunha e apresentação do professor José Paulo Netto, que também concedeu uma esclarecedora entrevista ao Estado. A previsão de lançamento do segundo volume é em meados de 2013.
Leia a seguir, na íntegra, a entrevista exclusiva concedida pelo professor José Paulo Netto, comentando a publicação dessa obra, considerada pela crítica especializada uma das mais importantes de Lukács e da teoria marxista do século 20. Na apresentação do livro Para Uma Ontologia do Ser Social (1968), o senhor menciona esta obra como fruto de um movimento no qual Lukács tenta um “renascimento do marxismo”. Em que sentido se deu esse renascimento?
Depois de 1956, Lukács (que, como se sabe, foi um protagonista importante do processo que culminou na insurreição húngara daquele ano, dirigida contra o stalinismo vigente também na Hungria) teve condições de explicitar as suas críticas ao que esquematicamente se pode designar como a “era stalinista”.
No plano do desenvolvimento do marxismo, o filósofo sustentou que a nota dominante do regime stalinista foi a dogmatização, a sectarização – em suma, o que chamou de “paralisia teórica” do pensamento que se reclamava de Marx. Para ele, a superação efetiva da pesada herança do período de Stalin implicava um esforço teórico não só para recuperar o que julgava ser o autêntico espírito do pensamento marxiano, asfixiado a partir dos anos 1930, mas sobretudo para, a partir desta recuperação, analisar e compreender a realidade do capitalismo contemporâneo (e

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