Ontologia do tempo e espaço social
Este texto tem como objetivo, apresentar uma breve reflexão acerca das diferentes formas de gestão e operacionalização do trabalho, acompanhado de um nexo histórico-dialético, problematizando-as com as categorias de tempo e espaço. Não se faz mister pormenorizar o que chamo de tempo e espaço, nesse caso, não trata-se apenas de categorias naturais dadas, possuidoras de uma essência objetiva, independentes das intervenções dos sujeitos. De início apresento-lhe a concepção de tempo social e espaço social de Harvey (1999), possuindo “dimensões materializadas e tangíveis da vida social”, o caráter objetivo dessas categorias advém, mediadas por práticas materiais de reprodução social. O tempo e o espaço podem diferenciar-se geograficamente e historicamente, ademais, o tempo social e o espaço social podem ser constituído diferencialmente, variando conforme a estrutura social ou processos de produção que os sujeitos sociais então envolvidos.(HARVEY, 1999)
Por outro lado, cabe deixar claro a natureza de cada característica citada anteriormente e a parti de qual estrutura teórico-metodológica, os diferentes fenômenos sociais, articulam-se. Primeiramente é preciso por em eviendência, a centralidade do trabalho como protoforma da atividade humana, (MARX, 1975; MARX; ENGELS, 2007; LUKÁCS, 1979; DRUCK, 1999; 2000; LESSA, 1997; ANTUNES, 1999; 2000) o trabalho é uma condição essencial à reprodução da existência humana, trata-se de uma categoria intermediaria, possibilitando um salto ontológico do ser natural para o ser social. A natureza ontológica do trabalho expressa também uma transitoriedade, mudanças e alterações, tanto do sujeito, quanto da natureza, a parti de suas inter-relações, dando lugar a uma dupla transformação, ao modificar a natureza exterior, o sujeito modifica sua própria natureza, nesse caso, o próprio homem que trabalha é transformado pelo seu trabalho. O trabalho é a forma mais genérica desse intercâmbio orgânico,