A CASA IMAGIN RIA LITERATURA
Como transformar a literatura num instrumento de conscientização da criança? Como tornar a literatura um momento de prazer?
É basicamente para responder a essas questões tão latentes nos dias de hoje que a autora Regina Zilberman elabora um ensaio que envolve todos aqueles ligados à educação e aos livros: dos pais, passando pelos professores, estudantes e autores.
Com o objetivo de redimensionar o papel da literatura infantil brasileira nos dias atuais, Regina passeia por diversos assuntos primordiais, começando por uma análise da literatura infantil e a escola, apontando como e quando surgiram os leitores, como se dá a aquisição do saber, qual é o caminho que percorre uma obra (da sua produção até a leitura propriamente dita), culminando na análise de algumas importantes obras que rodeiam a produção literária infantil, como O Mágico de Oz, Peter Pan, As Aventuras do Avião Vermelho, entre outras. Tudo isso para conseguir traçar um perfil do livro para crianças no Brasil.
O papel da escola e da literatura
Entre os objetivos da escola, dois se destacam: introduzir a criança na vida adulta e, ao mesmo tempo, protegê-la contra o mundo exterior. Para Regina, isso faz com que o colégio acentue a divisão entre o indivíduo e a sociedade ao retirar o aluno da sua família e deixá-lo recluso num ambiente protegido, em que todos são igualados por suas impotências.
A relação da escola com a vida, portanto, é nula, pois não discute nem vivencia o social. Ao contrário, impõe a todos os valores da classe dominante, manifestando os ideais que regem a conduta da camada no poder, evitando os questionamentos.
Nesse sentido, a literatura infantil tem servido à multiplicação das normas em vigor, uma vez que, em sua maioria, tem o foco na transmissão de regras de convivência e comportamentos esperados por parte das crianças. Ela surge para ocupar o lugar do adulto na educação da criança, quando este não pode estar presente. Isso acontece quando