A batalha do passinho
Por Ana Beatriz Guimarães
A representatividade do Passinho Se engana quem pensa que A Batalha do Passinho é apenas um documentário que retrata um novo estilo de dança popular nas favelas cariocas. As histórias contadas por Emílio Domingos destacam um retrato social das comunidades carentes do Rio de Janeiro através de uma expressão cultural de jovens envolvidos em um estilo de dança especifico que está crescendo cada dia mais. A dança, neste caso, aparece como for,a de expressão desses jovens. O que começa tímido em algumas favelas cariocas, cresce para conhecimento nacional e até mundial. Trazendo para os envolvidos uma forma de representação social além do tráfico de drogas, o qual estes já estão acostumados. Ser traficante na favela, é uma forma de autoafirmar a masculinidade, de chamar atenção, representa poder. Os jovens apresentados na trama, vão de encontro a este objetivo por outros métodos, tomando o caminho da dança. Em partes do filme, se destaca o poder dos jovens dançarinos e seu objetivo bem demarcado: mulheres, fama, poder, dinheiro. O consumo e as marcas compradas fazem parte desse universo e os caracterizam. Nike e Adidas são destacados para afirmar uma imagem construída de um jovem dançarino do passinho, cada qual com suas particularidades. A internet aparece como meio democrático e difusor da prática. É lá que os dançarinos se tornam conhecidos, espalham seus passos ensaiados, são assediados por fãs, divulgam seus trabalhos e ficam por dentro de novas competições. Não é de hoje que a dança pode ser encontrada como símbolo de representatividade de um certo grupo social. O Hip Hop, por exemplo, muito presente nas comunidades americanas, pode ser destacado nesta conjuntura. O que faz parte do passinho também é o funk, outra forma de representatividade social não só pela dança como pelas letras apresentadas em suas canções. O passinho está dentro do funk, mas o que mais chama a atenção de quem assiste ao show