keleber vencedor

Síntese – A batalha do Passinho
Felipe Barros – 11h

As restrições mais comuns que se fazem o funk carioca não se aplicam ao passinho. , estilo que baseia o filme “ A batalha do passinho”, de Emílio Rodrigues. O passinho é baseado no ritmo, e não no apelo sexual e nem no canto. Restam a batida do funk, os passos de dança e os protagonistas com apelido de Bolinho, Camarão Preto, Cebolinha e Macumbinha.

O documentário é um documentário que revela como esse tipo de dança, que tem o som do funk, pop, hip hop e até R&B como inspiração, tornou-se uma forma de fazer cultural nas comunidades cariocas. Os moradores das comunidades cariocas sentem que o passinho faz parte da cultura deles e com esse documentário é possível descobrir como funcionam essas batalhas. Na internet, o movimento se organiza, se divulga e expande para o mundo inteiro a arte que antes só quem vivia na favela tinha acesso. Os caras do passinho são praticamente celebridades nas favelas. Desejados pelas mulheres, respeitados pelos homens, o filme revela até como os dançarinos são vaidosos e em quem eles se inspiram (ídolos como Michael Jackson, Usher, etc). Além disso, o filme também mostra a comoção dos moradores das comunidades com o assassinato de Gambá, o Rei do Passinho.

Para um leigo, grande parte do documentário de Emílio a princípio parece sem sentido, já que dá a entender ser apenas um grupo de garotos com movimentos que simulam uma forma estranha de dança. O diretor, no entanto, vai apresentando aos poucos a riqueza do movimento, a importância dele para os participantes – em certo momento chegam a dizer que quem tem poder em uma favela ou é traficante ou dançarino – e constrói o filme de tal forma que apresenta um final carregado de emoção.

A Batalha do Passinho mostra jovens de comunidades carentes do Rio de Janeiro que fogem da realidade da violência através da dança. E, da mesma forma trágica, a realidade bate na porta destes jovens mostrando que esta fuga não é assim tão