A autonomia plena
Discente: Filipa Almeida 2010145521
No passado dia 3 de Abril, apresentei o capítulo “A autonomia plena” englobado no livro “Paradoxos do Individualismo” de Victoria Camps. Este livro abre espaço à reflexão sobre uma autonomia que reflicta uma tentativa de dar a volta ao problema recorrendo a uma imaginação nutrida de reflexão moral. Camps mostra como o conceito de autonomia vinculado ao individuo está directamente relacionado com os dois valores centrais da modernidade – a liberdade e a justiça. Analisando a autonomia de Camps, esta está intimamente relacionada com Hume, pois traz as dimensões aristotélicas onde a vida e a sua plenitude não podem separar-se da noção colectiva de justiça e responsabilidade social.
Neste capítulo, a autora começa por afirmar que o individualismo é consequência das reivindicações da modernidade auspiciadas pela mudança antropológica que coloca o individuo no centro do saber. Numa ética de direitos, são grandes ideais individualistas a liberdade de todos os homens e uma igualdade básica, que por sua vez são a fonte do conceito de autonomia. A liberdade, aqui, não é entendida como a liberdade para actuar de qualquer modo mas sim para fazer o que se deve, isto é, o que todos deveriam fazer, ou seja, o comportamento do homem garantido pelo contrato social – uma liberdade positiva. Apesar de a autora considerar que, no estado social, o homem é desigual e falta-lhe liberdade, admite que esses direitos podem ser reconquistados e que a verdade ética indiscutível é que os indivíduos podem e devem ser livres porque podem e devem ser, num certo sentido fundamental, iguais. Mas o que o contrato social também garante ao individuo é o direito de propriedade. Assim, a autora questiona: como fazer de um individuo livre e, além disso, proprietário, um individuo moral, preocupado não só consigo mesmo, mas também com os outros? Na visão de Hobbes, o individuo persegue os seus interesses mas