A Alemanha e a Comunidade Europeia
1. Influência política e econômica da Alemanha
“Os verdadeiros centros decisórios da União Europeia não se limitam aos assentos da Comissão, do Conselho, do Parlamento e da Corte de Justiça – Bruxelas, Estrasburgo e Luxemburgo. É necessário acrescentar ao conjunto três cidades alemãs: Frankfurt, onde está instalado o Banco Central Europeu (BCE); Berlim, de onde age a chanceler alemã, Angela Merkel; e Karlsruhe (Land de Bade-Wurtemberg), que abriga o Tribunal Constitucional Federal.” (1)
Reestruturação pós-guerra
“Até 1990, a política externa da República Federal da Alemanha (RFA) caracterizava-se por certa moderação, diretamente resultante de seu passado hitlerista e da divisão do país em diversas zonas. [...] Durante as duas últimas décadas, os dirigentes alemães, de fato, fizeram tudo para tranquilizar seus parceiros externos e convencê-los de que não haviam se esquecido das lições da história. [...] Desde a reunificação, prevalece um consenso bastante amplo – salvo recentemente, sobre a intervenção militar no Afeganistão, onde soldados alemães foram mortos.” (2)
Participação e oportunidade diante da crise
“[...] a Alemanha finalmente concordou, em maio de 2010, com o plano de resgate europeu que poderia potencialmente conceder até 750 bilhões de euros em crédito aos países da zona do euro com problemas financeiros.” (3)
“[...] quando a crise irrompe no cenário europeu, a coesão da zona do euro não se dá por medidas sociais capazes de conter as populações mais afetadas, e sim pela dominação política do membro mais influente, porque está em melhores condições financeiras. É dessa forma que a Alemanha, à frente de uma coalizão de Estados nórdicos, impõe aos países do Sul – a seu bel-prazer – programas de austeridade draconianos, impensáveis para seus próprios cidadãos, mas cômodos na medida em que não permitem a esses países recorrer à desvalorização da moeda e tornar suas exportações mais atrativas.” (4)