A alca
AS INFLUÊNCIAS DO CAMPO COMUNICACIONAL
Marcelo Alves de Barros*
José Ricardo da Silveira*
Introdução
Integração comercial, essa parece ser a expressão em moda neste início de século. Uma integração paralela à exclusão social que caracteriza, principalmente, a realidade cotidiana das nações mais pobres. Tal fenômeno não seria tão preocupante se, junto a ele, não se estruturasse uma estandardização das mentes, dentro de uma padronização alienante, impedindo ou dificultando que as massas excluídas consigam visualizar as verdadeiras razões de sua exclusão.
Torna-se indispensável que coloquemos em pauta para discussão os canais por onde viajam as cargas ideológicas narcotizantes, elementos discursivos que barram o desenvolvimento de uma compreensão, por parte dos receptores da informação, com relação aos processos espoliadores e injustos de acúmulo e concentração de riquezas. Tal esforço consiste numa tarefa importante, num momento em que iniciativas “integradoras” de governos hegemônicos tentam suprimir as barreiras aduaneiras para expansão de seu comércio. Pela lógica exportadora isso não seria nocivo, uma vez que as nações em desenvolvimento teriam as mesmas oportunidades para escoar sua produção para os parceiros de bloco. Porém, além do nível de benefícios não ser equilibrado entre todos, o discurso que tenta instituir essas práticas macroeconômicas não encontra eco na ação de seus proponentes.
Analisemos o projeto da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), que ambiciona, até 2005, derrubar as barreiras comerciais do continente, ampliando, de fato, a área de abrangência do Nafta (bloco econômico formado pelos Estados Unidos, Canadá e México). Ele se estenderia aos países dos demais blocos americanos, como o Mercosul, o Pacto Andino e a Comunidade Caribenha (Caricom). Com exceção de Cuba, todos os demais países que formam o continente americano e suas áreas insulares integrariam o mega-bloco, que