A abóboda
Apaixonado pela história de sua terra e pelos costumes de seu povo, com uma abordagem econômica e social dos fatos históricos, publicou História de Portugal (1846-1853), em quatro volumes, é um dos mais sérios trabalhos da historiografia européia de seu tempo e focaliza criticamente os primeiros séculos da Idade Média em seu país. Historiador rigoroso, preocupado com a veracidade dos dados, a confiabilidade das fontes, sob o patrocínio da Academia Real das Ciências de Lisboa, viajou pelo país e publicou Portugaliae monumenta historica (1856-1867), sobre os Monumentos históricos de Portugal.
Antiabsolutista convicto e sempre na oposição e criticando o governo nos jornais, desiludiu-se com a política, rejeitou grandes cargos e honrarias, casou-se (1867), foi morar no campo e, como lavrador, morreu em sua quinta de Val-de-Lobos. Em sua autêntica ficção histórica e romântica publicou Eurico o presbítero (1844), O monge de Cister (1848), Lendas e narrativas (1851) e o incompleto O bobo (1878) que se tornaram livros fundamentais da cultura portuguesa. Apesar de profundamente católico não se esquivou na hora de criticar e enfrentar determinados procedimentos como nos argumentos científicos contra algumas lendas religiosas em Cartas sobre a história de Portugal, publicadas na Revista Universal Lisbonense (1842), e com Da origem e estabelecimento da Inquisição