Violência sexual normalizada
(KOZARIC-KOVACIC et al, 1995, p.428).
As exatas incidência e prevalência da violência sexual são desconhecidas devido ao problema de subnotificação. Calcula-se que apenas 16% dos estupros são comunicados às autoridades competentes nos EUA. Em casos de incesto, estes percentuais não atingem os 5% (NVCCVRTC, 1992, p.287). Acredita-se que a maior parte das mulheres não registre queixa por constrangimento e humilhação, ou por medo da reação do parceiro, familiares, amigos, vizinhos e autoridades. Também é comum que o agressor ameace a mulher, caso revele-se o ocorrido (DREZETT et al, 1998,
p.29). No entanto, a mulher teme, principalmente, não ser acreditada. Esse sentimento, aparentemente infundado, de fato se justifica. São incontáveis os relatos de discriminação, preconceito, humilhação e abuso de poder em relação às mulheres em situação de violência sexual (CREMESP, 2002, p.71).
Apesar do tímido percentual de denúncias, a violência sexual é cada vez mais reportada, acometendo 12 milhões de pessoas, a cada ano, em todo o mundo. Nos EUA, calcula-se que ocorra uma agressão sexual a cada 6 minutos e que uma em cada quatro mulheres experimentou um contato sexual não consentido durante a infância ou adolescência (BEEBE, 1998, p.366).