violência das escolas
Miriam Abramovay2
Neste início de século XXI, marcado pela globalização das relações econômicas, sociais e culturais, é comum se defender que a educação possui um papel essencial no desenvolvimento dos indivíduos e das sociedades. Ela é encarada como uma via capaz de conduzir a um desenvolvimento humano mais harmonioso e de fazer recuar a pobreza, a exclusão social, as incompreensões e as opressões (Delors, 2001).
No entanto, observa-se que a instituição escolar vem enfrentando, em seu cotidiano, o incremento progressivo de dificuldades relacionadas a problemas internos de gestão, assim como sofre os efeitos de problemáticas sociais mais amplas - tais como o desemprego, a pobreza, a exclusão social, a criminalidade e o tráfico de drogas, entre outros. Nesse sentido, pode-se dizer que a escola se tornou um lugar de reprodução de violências que se dão no nível macro da sociedade, ao mesmo tempo em que, devido às suas especificidades enquanto instituição, ela própria fomenta e constrói múltiplos e variados tipos de violência.
Em outros termos, a escola acaba se transformando em um território de produção de violências de diversas ordens, tipos e escalas.
Vale chamar a atenção para o fato de se adotar aqui o termo violências, no plural, pois se trata de um fenômeno complexo e múltiplo. É possível falar em violência física, violência institucional/simbólica e incivilidades. Nesse sentido, está se adotando um conceito ampliado de violência, a fim de abarcar a variedade de manifestações e contornos que ele assume no ambiente escolar, bem como da diversidade de pontos de vista dos sujeitos sobre suas experiências particulares com a violência. Assim sendo, pode-se falar em:
1- Violência física: é aquela que pode matar, consiste em ferimentos, golpes, roubos, crimes, vandalismo, droga, tráfico, violência sexual;
2- Violência simbólica ou institucional: que se mostra nas relações de poder, na
violência