VIOLENCIA CONTRA MULHER A violência contra a mulher atinge uma em cada quatro mulheres no mundo e é responsável por um em cada cinco anos potenciais de vida saudável perdido pela mulher. Dados estatísticos ilustram claramente o custo social dessa violência, em especial quando ocorre no âmbito doméstico e familiar. No mundo, um em cada cinco dias de folga ao trabalho é decorrente de violência sofrida por mulheres em suas casas. Na América Latina, a violência domestica incide entre 25% e 50% das mulheres. No Brasil, 23% das mulheres brasileiras estão sujeitas a violência doméstica; a cada 4 minutos, uma mulher é agredida em seu próprio lar por uma pessoa com quem mantém relação de afeto; 70% dos crimes contra mulher acontecem dentro de casa e o agressor é o próprio marido ou companheiro; mais de 40% das violências resultam em lesões corporais graves decorrentes de socos, tapas, chutes, amarramentos, queimaduras, espancamentos e estrangulamentos. Outros estudos (Redesaúde, 2001) apontam ainda que 11% das brasileiras com 15 anos de idade ou mais já foram vitimas de espancamento. O levantamento encontrou que uma em cada cinco mulheres foi agredida pelo menos uma vez em suas vidas. A pesquisa mostra que o marido ou companheiro é responsável por 56% dos espancamentos, 53% das ameaças com armas e 70% da destruição dos bens. O Brasil é signatário de vários documentos internacionais que coíbem toda e qualquer forma de violência e de discriminação contras as mulheres. A fim de cumprir com a legislação prevista, foram criadas, na década de 80, as delegacias para a mulher. No entanto, nem todas as cidades brasileiras implantaram e as que existem, contam com recursos materiais e humanos precários, com pouca qualificação e despreparo para o acolhimento das denuncias das violências sofridas. Além disso, parece que, apesar das conquistas das mulheres nas ultimas décadas em relação a vários direitos civis e políticos, a