Verosímel
FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Recensão Crítica
O Verosímil na "Poética"1 de Aristóteles e na "Introdução ao verosímil"2 de Todorov.
Unidade Curricular: Metodologia dos Estudos Literários Portugueses
Docente: Joana Matos Frias
Aluno: José Pedro Santos Leitão Pereira (Línguas, Literaturas e Culturas - Português/Inglês)
O verosímil na "Poética" de Aristóteles
Síntese e reconstiuição dos argumentos
Na sua obra, Aristóteles utiliza o termo da verosimilhança em vários aspetos, sendo ela imprescindível a toda a arte. Pode-se dizer que foi a primeira reflexão escrita acerca da ficção. Ao empregar este termo, Arisóteles dá uma espécie de resposta a Platão, seu mestre, o qual n’ "A República" fez o primeiro estudo da poética e afirmou que a poesia efetivamente deve ligar-se à lógica (verdade), ou seja, ao que aconteceu e nunca a factos impossíveis e verosímeis. Então, a resposta de Aristóteles foi bastante simples, dizendo que o Homem aprecia o verosímil e que lhe dá muito mais prazer a verosimilhança do que a verdade em si só. Em suma, Aristóteles defende a imitação, a arte verosímil e o Homem no princípio do prazer em constestação a Platão, que repudiava a imitação, defendia a arte racional e o Homem no princípio da realidade. Aristóteles começa por dizer que o poeta não tem como função contar o que aconteceu mas sim contar aquilo que poderia acontecer, ou seja, o que é possível segundo o fundamento da necessidade e da verosimilhança. Argumenta assim esta ideia com o exemplo dos poetas e dos historiadores : eles não se distinguem pela forma de escrever, ou seja, um em verso e outro em prosa. Distinguem-se porque um relata o que poderia acontecer e o outro o que aconteceu. Desta forma, tira a conclusão de que «a poesia é mais filosófia e tem um caráter mais universal do que a história».3 O Universal procura dizer o falar de acordo com a necessidade e a verosimilhança,