Verdade x fatal
“Juro por Deus e a Cruz, e pelos Santos Evangelhos, que toco com minha mão, dizer a verdade. Que Deus me ajude se mantiver meu juramento e que me castigue se eu quebrá-lo.” (Frase para prestar juramento diante do Tribunal da Inquisição. EYMERICH1·. 1993. P: 118).
A Inquisição foi utilizada pela Igreja com a finalidade de impor a “verdade” aos cristãos e, principalmente, aos não cristãos. A inquisição também foi um instrumento político, pois a igreja, sendo um agente das monarquias católicas, trabalhou efetivamente em favor da Coroa e de Deus, fazendo com que todos seguissem a mesma fé (católica) e o mesmo senhor (Rei). Também teve seu papel econômico bem representado, pois o herege ou infiel perseguido serviria como mantenedor da Inquisição, Igreja e Coroa ao ter seus bens recolhidos.
Aquele que por ventura demonstrasse de alguma maneira que sua fé tinha fundamentos em outra cultura que não fosse a cristão estaria em sérios apuros, pois os inquisidores estariam ali para mostrar qual era a “verdade” a ser seguida e, como foi desobedecida, traria ao infrator uma consequência fatal. Um acusado jamais seria visto novamente como uma pessoa comum, pois sua inocência nunca seria admitida, pelo simples fato da Igreja, em hipótese alguma, estar errada.
“[...] a centralidade está na verdade absoluta revelada para nossa salvação, a ser sempre defendida a todo preço.” (EYMERICH. 1993. P: 15).
O inquisidor “carregava” consigo a verdade absoluta e completa e, a partir dela, poderia interrogar, encarcerar, torturar e assassinar da maneira mais cruel que tivesse ao seu alcance. O erro de se portar contra as doutrinas será demonstrado de qualquer maneira pelo inquisidor, pois seu papel principal é acusar, culpar e castigar o herege, pois somente assim poderia alcançar sua salvação e evitar que outros seguissem pelo caminha errado.
Para a igreja não existia somente aquele que erra por escolha própria há também os hereges “involuntários”, esses erravam