verdade e justi a
Um golpe de Estado derrubou o presidente do Brasil em 1964, militares, empresários, meios de comunicação, Igreja Católica e boa parte da classe média temiam que João Goulart conseguisse aprovar suas propostas. Durante muito tempo, 1964 foi chamado de “golpe militar”. Desde algum tempo, porém, estudiosos o têm designado como “civil-militar”, por ter contado não apenas com o apoio, mas com a participação decisiva de civis. Ao longo desses 21 anos, os militares governaram com mão de ferro. Houve muita repressão.
Quem fazia oposição ao governo era preso, interrogado violentamente, frequentemente torturado e algumas vezes morto. A longa transição O regime militar só acabaria em 1985, a ditadura acabou depois de uma guerra fracassada, com a qual os militares argentinos tentaram recuperar o apoio popular, ocupando as Ilhas Malvinas, território disputado com a Inglaterra.
A fase de “suspensão” durou dez anos. Em 1995, o presidente Fernando Henrique Cardoso – que havia combatido o regime – criou a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos com a incumbência de reconhecer como mortos os desaparecidos.
Muitos foram presos durante o regime militar e desapareceram. Seus familiares não puderam enterrar os corpos nem contavam com uma certidão de óbito.
A comparação com a Argentina é relativamente inadequada. As situações foram muito diferentes. A repressão militar foi bastante visível no país vizinho. Os militares davam declarações públicas sobre a necessidade de eliminar os “subversivos”. Os confrontos eram frequentes, com trocas de tiros. Cadáveres eram deixados nas ruas. No Brasil, eles faziam tudo para ocultar a repressão, sobretudo por meio da censura à imprensa.
Das 80 proibições determinadas pela censura entre 1971 e 1972, 39 diziam respeito diretamente a confrontos entre a repressão e militantes de esquerda.
Documentos secretos No mesmo dia em que foi sancionada a lei que criou a Comissão Nacional da Verdade, a presidenta