Verdade e as Normas Jurídicas
Foucault continuam a verter novas perspectivas para as Ciências Humanas.
As investigações meticulosas realizadas pelo autor entre 1950 e inicio de
1980 causaram impactos e reorientaram as perspectivas da problematização da modernidade. Seus modos de busca da verdade auxiliam a compreensão e ampliam os sentidos do presente.
Numa trajetória que sobrepõe problematizações, inventa caminhos e técnicas para recobrir períodos históricos específicos, desafia os saberes estabelecidos. Em um momento é arqueólogo, noutro é genealogista e, por fim, torna-se também hermeneuta. Nos deslocamentos que realizou em suas pesquisas orbitou sobre seus objetos para apreendê-los com um "olhar ciclópico", em suas diversas aparições, diferentes níveis práticos e discursivos, para assim, desconstruir o que estava feito, deixando para trás escombros e pensamentos revirados pela força de seus equipamentos técnicos, numa caixa de ferramentas que desconsertou nossas práticas cotidianas e as evidências comuns acerca do corpo, da sexualidade e do direito.
Sobre o corpo no presente restou-nos indagar: que corpo? Foucault anuncia um corpo transformado pelas mais diversas formas de captura e de disciplinamento através do trabalho, das dores, dos alimentos, da sexualidade e de uma infinidade de dispositivos do poder. Entretanto o corpo resiste aos mecanismos construídos socialmente para mantê-lo sob a pressão das injunções cotidianas.
Em relação ao sexo, que adquire mais importância na atualidade, Foucault indica a invenção da sexualidade enquanto um dispositivo capaz de assegurar a
APRESENTAÇÃOii L. A. F. SOUZA; T. T. SABATINE; B. R. MAGALHÃES(ORG.) gestão individual do corpo e das populações, bem como a normalização das condutas expressas como responsáveis pela deturpação do pudor vitoriano, desde as mulheres histéricas, os onanistas, os incontáveis perversos, ao serem investidos pelo poder, resistem e clamam