valores
(DEJOURS, 1992). Nesta pesquisa, busca-se compreender a implicação do trabalho no processo de subjetivação dos trabalhadores do Comupra, uma ONG de Belo Horizonte.
Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com seis trabalhadores do Comupra. As análises revelaram que o trabalho na ONG favorece a saúde mental das pessoas por promover o engajamento subjetivo do trabalhador ao trabalho de transformação de si mesmo e da comunidade.
Palavras-chave. Trabalho; subjetividade, prazer; sofrimento.
1. Algumas considerações teóricas
1.1. Trabalho e o processo de subjetivação
Vários estudos apontam que o trabalho é central na vida das pessoas, engajando toda a subjetividade do trabalhador. Segundo Dejours (2007a, p. 21) o trabalho “é e continuará central em face da construção da identidade e da saúde, da realização pessoal, da formação das relações entre homens e mulheres, da evolução da convivência e da cultura”.
Freud (1974) argumenta que o trabalho é a atividade que proporciona certa direção à vida, noção de realidade, e, também, representa uma possibilidade de vínculos entre as pessoas. Em sua teoria, o trabalho é visto como possibilidade de canalizar as energias e possibilitar o equilíbrio psíquico. É uma maneira da pessoa se organizar internamente e externamente para o convívio consigo mesmo e com o social. Assim, ele traduz a importância do trabalho para a humanidade.
Enriquez (2001, p. 58), reforça a importância do trabalho como fator de equilíbrio psíquico na vida das pessoas quando afirma que
[...] o homem sem trabalho ou não reconhecido em seu
trabalho, ou ainda não encontrando nenhum interesse em seu
trabalho, está próximo da depressão e