A ilha de Utopia está enraizada em duas idéias: a não existência da propriedade privada e o alcance dos interesses individuais feitos através das necessidades coletivas. A descrição da ilha é feita com base numa comparação com a Inglaterra do seu tempo. A Inglaterra de More não é a medieval, os valores não são mais os da nobreza. Os valores presentes na sua época era o inicio do capitalismo, com valores burgueses. Para More, se há escassez de alimentos e desigualdade, é porque alguns estão trabalhando por outros. O trabalho, assim como a riqueza, deveria ser distribuído igualmente a todos. Se todos trabalhassem em algo produtivo como agricultura, haveria suprimentos suficientes para toda a sociedade. As necessidades e a felicidade coletiva eram sempre predominantes às individuais, tendo grande força na concepção do governo da ilha. Não é à toa que a ilha tem um governo democrático e similar ao republicano. Para More, o governante deveria ter origem no povo, e ser calcado na sabedoria dos mais velhos. Na sociedade utópica, a educação é oferecida a todos. More sabia da necessidade de educar a todos. A igualdade não se sustenta com um bando de ignorantes e alguns poucos cultos, pois estes logo se tornariam uma espécie de privilegiados. O prazer e a felicidade são essenciais na construção da Utopia. É pensando em felicidade e nos prazeres que se da o sentido e a razão de existência dessa sociedade. Todo cidadão de Utopia busca o prazer. Mas o prazer de um não pode resultar no prejuízo, e nem no mal de outro. Em utopia as pessoas poderiam seguir qualquer religião, e cultos variados, ou seja, o autor defendia idéias de liberdade e tolerância religiosas, desde que nenhuma destas ferisse o principio básico da sociedade. Os escravos de Utopia não são entendidos como parte do povo, e a eles é reservado o papel de párias, e que executam os trabalhos mais duros e indignos. Esse papel é reservado a eles não por serem estrangeiros ou por hereditariedade, e sim por