Utopia

Trabalho de Introdução às Ciências Sociais

Análise do livro “A Utopia”, de Thomas Morus

Apresentado à Professora Leonarda Musumeci

Por

Elisa Possas, Felipe Araújo, Filipe Sena, Gustavo Waga, Mateus Girafa, Rafael Lucas e Victor Carvalho.

Universidade Federal do Rio de Janeiro
Maio de 2013
Parte 1: Sobre a vida e a obra de Thomas Morus Pode-se dizer, com alguma segurança, que Thomas Morus foi tanto beneficiário quanto vítima do período em que viveu. Nascido em Londres, no ano de 1478, teve o privilégio de desenvolver seus escritos durante um dos mais férteis períodos da intelectualidade europeia. Sem a incrível profusão de ideias, propiciada pelos grandes acontecimentos da virada do Século XV para o XVI, o pensador inglês talvez jamais tivesse integrado a geração de gigantes da filosofia política, ao lado de Nicolau Maquiavel e Erasmo de Rotterdam. A vida de Morus compreendeu uma importante fase do Renascimento, cujas bases filosóficas e de divulgação já estavam plenamente estabelecidas. O humanismo tinha encontrado expressão nas diversas formas de arte, na mesma medida em que o conhecimento greco-romano era amplamente revisitado. O jovem Morus, filho de um jurista bem sucedido, educou-se em instituições de ensino de prestígio, onde adquiriu fluência no grego e latim, além de receber ensinamentos humanistas do Arcebispo de Canterbury, John Morton, na infância. Profundamente religioso, Morus prezava a austeridade, buscando um equilíbrio entre a vida ascética e seus afazeres profissionais. Essa valorização pelo estoico ou epicurista, aliás, era uma marca de seu tempo. Esse desafio conciliador se fez muito presente na medida em que Morus foi galgando postos de prestígio no mundo jurídico e político. Foi de oficial de justiça regional a membro do conselho pessoal de Henrique VIII, alcançando o posto de Lorde Chanceler da Inglaterra em 1529. Casou-se pela primeira vez com Jane Colt em 1505, tendo