Utopia ou Realidade
A Constituição Federal brasileira prevê no artigo 5º o direito de todos os cidadãos à saúde.
É dever do Estado garantir e controlar a saúde da população. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado com o objetivo de melhorar o atendimento à saúde pública e tem como princípios a universalidade, integralidade, equidade e participação da comunidade, além de descentralização, regionalização e hierarquização.
Em 2003 foi criado o Humaniza SUS visando complementar o Sistema Único de Saúde. O Programa tem como meta a implementação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo, garantia de direitos dos usuários, valorização do trabalho na saúde e gestão participativa dos serviços.
Portanto, a humanização é princípio do SUS, assim como o homem “humanizado” de Carlos Drummond de Andrade que após sua humanização descobrirá a alegria de “con-viver”, ou melhor, viver com os outros.
Assim como podemos usar o texto de Drummond para entender o processo de Humanização como sendo uma busca interna de valorização na autonomia e responsabilidade de todos os envolvidos, podemos utilizá-lo para nos perguntar como fez o escritor: “Será possível?”.
Será possível incrementar em um órgão público um plano de ação que assegure a participação dos trabalhadores na discussão e decisão tornando-os menos expectadores e mais co-responsáveis? Será possível fazer um pacto entre os diferentes níveis de gestão (federal, estadual e municipal) entre as diferentes instâncias de efetivação das políticas públicas de saúde?
Pelas imagens veiculadas diariamente pela mídia expondo pacientes tratados de forma sub-humana, com hospitais e ambulatórios operando muito além de sua capacidade, e funcionários despreparados no trato com pacientes fragilizados pela doença, concluímos que após oito anos de implantação do Humaniza SUS, a dificílima viagem em busca da humanização, citando Drummond novamente, está muito longe de terminar.
Acreditamos que a transformação é possível e como