uma senhora toma chá
Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 288 p., R$ 49,90 o século 20, diversas discipli- nas científicas passaram em maior ou menor grau pela revolu- ção probabilística. Em vez de ima- ginar que os fenômenos estudados seguem leis determinísticas, as ciências modernas partem da ideia de que estes seguem distribuições probabilísticas. Há possibilidade de conhecermos o mundo, mas nunca temos certeza absoluta so- bre os resultados de nossas inves- tigações. Essa passagem de uma visão determinística do mundo, que caracterizou as ciências até o século 19, para uma visão proba- bilística, a partir do século 20, foi possível graças aos avanços e re- voluções ocorridos em uma disci- plina: a estatística. A estatística não surgiu natural- mente, mas sim a partir do traba- lho de diversos pensadores e estu- diosos. As histórias de como eles criaram e desenvolveram as diver- sas facetas do conhecimento esta- tístico são contadas no fascinante livro de David Salsburg. Mostran- do conhecimento sobre os fun- damentos matemáticos, Salsburg relata a história viva da estatística, ou seja, a história das pessoas que inventaram esses métodos e teo- rias, das controvérsias e brigas entre estatísticos e do contexto político e social em que se encon- travam seus protagonistas.
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Após uma noite incômoda, vi no raiar das primeiras luzes ma- tinais uma das mais lindas cenas: uma revoada de flamingos contrastando com o verde escuro da floresta, como se fosse uma chuva de pétalas de gerânio.” A descrição inspirada pertence ao diário da primeira expedição à Amazônia feita, em 1956, por
Margaret Mee e faz parte do livro bilíngue (português-inglês), que, além de trechos dos diários de viagem, traz reproduções de trabalhos dessa pes- quisadora da floresta tropical brasileira, artista e conservacionista. Nascida em 1909, na Inglaterra, Mee veio para o Brasil na década de 1950 e