UMA ANÁLISE DE O PÓS MODERNO Jean-François Lyotard
Introdução
O presente trabalho investigativo tem por finalidade traçar um panorama dos primeiros dez capítulos da obra O pós moderno, publicada pela primeira vez em 1979, cujos escritos são de autoria do francês Jean-François Lyotard. Nesse estudo, o autor deu um caráter filosófico ao conceito teórico pós modernismo – até então utilizado nos campos restritamente literários e arquitetônicos – a fim de contribuir para a compreensão da mudança na condição da sociedade partindo da análise da realidade cultural. Sua preocupação não é a de avaliar todas as modificações advindas da herança cultural deixada pelos modernos, mas sim dar ênfase nessa realidade partindo da condição do saber (científico) produzidos nas sociedades pós-industriais, marcadas pelas transformações ocorridas na produção cultural. Nessa análise, o autor utiliza o princípio das metanarrativas para explicar a influência da tecnologia sobre a noção do conhecimento. Trata-se da vontade de anular a ideia de verdade, já que nas sociedades informatizadas não há legitimidade nos enunciados quando tudo passa a ser mercadoria informacional, através da qual se obtém o lucro.
O campo: o saber nas sociedades informatizadas
Neste capítulo o autor trata de limitar o campo, ou seja, o lugar, o espaço físico-geográfico em que se pretende analisar o objeto de estudo em questão. Para isso, faz uma abordagem da condição do saber nas sociedades mais desenvolvidas a partir de um de seus elementos característicos – a tecnologia. Parte-se do principio que “el saber cambia de estatuto al mismo tiempo que las sociedades entran en la edad llamada postindustrial y las culturas en la edad llamada postmoderna” (LYOTARD, 1991, p.6).
Sob essa perspectiva, a sociedade avançada típica do novo século XX passa a ser entendida como sociedade informatizada, dado que o conhecimento – chamado aqui exaustivamente de saber – sofrerá com o aumento das máquinas de informação, seja pela