Modernidade
Lyotard discute a questão da produção do saber na contemporaneidade, definindo o pós-moderno como "a incredulidade em relação às metanarrativas" e faz uma análise da condição do saber na atual situação da cultura ocidental, apontando a reformulação da natureza do saber como estando no centro de uma mudança histórica e cultural. Ele queria dizer que a experiência da pós-modernidade decorreria da perda de nossas crenças em visões totalizantes da história, que prescreviam regras de conduta política e ética para toda a humanidade, onde a ciência enquadra-se numa macro narrativa. Esta macro narrativa é normalmente uma filosofia de ciência com a qual ela se justifica e se legitima.
Ao mesmo tempo em que a razão e a ciência melhoraram as condições de vida das pessoas, promovendo a cura para as doenças e a alfabetização em larga escala, também deram ao homem o poder de produzir armas de destruição em massa, além de provocar mudanças climáticas causadas pela poluição nas grandes cidades, e que hoje ameaçam a sobrevivência da espécie humana. Por esta razão, criou-se um clima de desconfiança em relação a qualquer discurso que proponha formar consensos universais, ou seja, projetos coletivos que visem "mudar o mundo". Cria-se, assim, um ambiente para o pós-modernismo.
O termo pós-modernidade está em uso no continente americano na escrita de sociólogos e de críticos, na literatura e na ciência, por sua vez, afetando as regras do jogo, designando assim, um estado de cultura. A ciência é apresentada com conflitante com as narrativas, ou seja, o discurso moderno não oferece mais um discurso satisfatório, surgindo então uma nova forma de pensar.
A mudança de estatuto do saber sobre a qual se refere Lyotard consiste por assim dizer, em uma nova maneira de aplicação deste nas sociedades pós-modernas. Dando ao saber científico um caráter puramente discursivo, ou seja, para ele, somente esta forma de saber dispõe de