Um Tradição Familiar
Já postei aqui um texto de reminiscências sobre os natais de minha infância, tão alegremente vividos em casa de minha avó, com todos os cheiros e gostos e algazarras tão peculiares; agora, falo de outra reminiscência, mas desta vez pós-natalina;; uma tradição familiar, que, segundo se conta na própria, família , remonta a três séculos; é a chamada QUEIMAÇÃO DAS PALHINHAS . Vamos a ela:
EM minha família, a Árvore de Natal é montada perto do fim de Novembro, quando minha avó, com o capricho que lhe é bem peculiar, seleciona ela mesma as unhas-de-gato e as folhas de murta que serão parte do enfeite do presépio; montada a árvore e passados os festejos de Natal e Ano Novo, o mais lógico seria que, ao dia 06 de janeiro - precisamente hoje - se desmontasse a árvore, sim? Não. Aí é que começa a tradição... No dia 02 de Fevereiro, a família novamente se junta para rezar; geralmente sob a liderança do membro masculino mais velho ou de alguém que cumpre promessa de conduzir a reza por determinado período de tempo - geralmente sete anos. Reza-se o terço, e, ao final da reza, se canta uma música bem alusiva ao momento,, cuja letra se preservou de memória desde então:
"Adeus meu menino, Meu lindo amor Até par'o ano Se nós vivos for (bis)
Nossas palhinhas estão se queimando e nós pastorinhas, todas cantando (bis)
Queimamos, queimamos As nossas palhinhas Cravos e rosas, folhas da lapinha(bis)"
(Repete-se depois a primeira e a segunda estrofes)
Durante a canção, cada membro da família pega um punhado das folhas secas de murta e joga em um braseiro colocado para queimar as palhas e cada um que lança o punhado no braseiro faz um pedido; depois que todos lançaram seu punhado no braseiro. o membro masculino mais jovem é o primeiro a desmontar o presépio, levando a imagem do Divino Infante de volta ao santuário - o oratório de imbuía que está na família igualmente há três séculos - sendo que as últimas imagens