Weber
O presente artigo objetiva discutir o sentido da objetividade do conhecimento empírico-social na obra de Max Weber, especificamente no texto “A ‘Objetividade’ do Conhecimento na Ciência Social e na Ciência Política”, de 1904. Discute-se, no primeiro momento, a distinção entre conhecimento empírico e juízo de valor; no segundo momento, faz-se uma rápida crítica às ideias de “lei” e “conexão regular” nas ciências sociais para, em seguida, na terceira parte, discutir a estrutura da formação dos conceitos típico-ideais como recursos metodológicos, nos quais, para Weber, expressam a possibilidade da validade objetiva do conhecimento nas ciências da cultura.
Weber inicia o texto com a relação da ideia de escassez para caracterizar os fenômenos "socioeconômicos", demandando previsão planejada, trabalho, luta com a natureza e associação com homens. "o caráter de fenômeno "socioeconômico" não e algo que lhe seja "objetivamente" inerente". A ciência não trata de coisas, mas de problemas, que dão significado aos eventos, tornando-os interessantes para a análise. Esta, portanto, condicionado por nosso interesse de conhecimento, definindo-se de acordo com o significado cultural que atribuímos ao evento em cada caso particular. Abaixo se encontra as distinções entre os fenômenos econômico sociais.
1. Fenômenos econômicos: "Eventos e complexos deles, normas, instituições etc. cujo significado cultural para nos repousa basicamente no seu aspecto econômico" (WEBER, 1982, p. 80). Geralmente acontece quando tratamos de instituições criadas/utilizadas de maneira consciente para fins econômicos. Exemplo: bolsa de valores, vida bancaria.
2. Fenômenos não econômicos economicamente relevantes: Eventos que não nos interessam, pelo menos de primeira, do ângulo de seu significado econômico, mas que dependendo das circunstancias podem ter significado econômico, uma vez que seus efeitos nos interessam sob uma perspectiva econômica.