um sobrevivente de um campo de concentração
Sou um sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhum ser humano deveria testemunhar: câmaras de gás construídas por engenheiros ilustres; crianças envenenadas por médicos altamente especializados; recém-nascidos mortos por enfermeiros diplomados; mulheres e bebês assassinados e queimados por gente formada em ginásio, colégio e Universidade.
Por isso, caro professor, eu duvido da educação. E eu lhe formulo um pedido: Ajude seus estudantes a se tornarem humanos. Seu esforço, professor, nunca deve produzir monstros eruditos e cultos, psicopatas e Eichmans educados.
Ler, escrever, aritmética são importantes somente se servirem a tornar nossas crianças mais humanas.”
Carta hipotética escrita por um sobrevivente endereçada a Janusz Korczak
Disserte sobre a carta de um sobrevivente de um campo de concentração
Entendo que a autora quis dizer com: “Ler, escrever e aritmética só são importantes para fazer nossas crianças mais humanas”, que não importa só o conteúdo, mas também os significados que podemos dar a eles.
As tecnologias são importantes, mas apenas se soubermos utilizá-las. E saber utilizá-las não é apenas um problema técnico. É usar com consciência, que o que se está fazendo está sendo prejudicial ou não. Ler, escrever e aritmética são importantes para o bem, como a tecnologia também. Médicos envenenaram crianças, engenheiros construíram câmaras de gás, armas de destruição em massa. Por que não usar o conhecimento adquirido para o bem? Esse é o papel do educador: não só ensinar em sala de aula a ler e escrever, mas também ser cidadão de bem, usar da melhor maneira possível o que aprende para vivermos num mundo melhor. Além de ensinarmos, temos também que ter a noção de estamos formando opiniões e que os alunos terão suas próprias opiniões, e somos responsáveis, como educadores, pela maior parte da opinião formada em sala de aula, que também somos responsáveis,