Um olhar sobre a paisagem
Para falar sobre paisagem, o primeiro passo é saber conceituá-la, tarefa não muito fácil, pois, mesmo entre os estudiosos não há consenso, cada um a observa a seu modo dando sua contribuição inspirados em outros autores e/ou através de seus olhares, dando sua própria definição.
Vesentini (2005), define paisagem natural como sendo “um conjunto de vários elementos interligados (clima, estrutura geológica e relevo, solos, hidrografia, vegetação e fauna originais)”. Para Terra (2005), paisagem “é tudo o que vemos, tudo o que a nossa percepção distingue”. A partir deste conceito podemos perceber que na paisagem observada, temos um elemento que vamos aqui colocar como principal pelo fato de ser o mais perceptível. A imponente imagem de Santana que, no alto de seus 13 metros e plantada propositadamente no alto da colina, aparenta observar e abençoar a todos os moradores daquela localidade e para uns o a totalidade do município.
O que de mais interessante pode ser observado na paisagem, são as subdivisões existentes. A paisagem é dividida em pelo menos quatro comunidades, estas divisões são perceptíveis somente pelo olhar e refletem a desigualdade social existente na localidade e também o cuidado (ou a falta dele) que o poder público tem pela área. Para facilitar o entendimento, vamos dividir em três zonas. O que vamos aqui chamar de Zona 01 é a Comunidade da Santa, área em que, os moradores apresentam uma condição financeira melhor. Isto é perceptível pela presença de construções melhor elaboradas, com melhor infra-estrutura, é notória também a presença do poder público, pois as ruas possuem calçamentos a paralelepípedo, boa iluminação publica, rede de esgoto (embora parte dele corra a céu aberto). Na Zona dois, denominada de Oséias, apresenta uma divisão, é como se fosse uma área de transição entre uma paisagem e outra, percebe-se que na parte em que é interligada a Comunidade da Santa, apresenta características semelhantes,