Texto Urbanismo IV 1
DISJUNÇÕES CRONOLÓGICAS DA PERCEPÇÃO DA PAISAGEM URBANA
Jairo Bastidas
A paisagem urbana tem sido uma seara passível de diferentes análises. Sua abordagem específica sempre esteve atrelada aos diferentes contextos que inspiraram nos autores dissímeis teorias. (GEOFFREY, 1995), especialmente, devido a um recorte temporal e espacial peculiar que suscitou diferentes questionamentos pelos conflitos ou potencialidades das correspondentes épocas. Esses estudiosos possibilitaram reflexões e contestações que repercutiram
no ambiente acadêmico e, inclusive, pela sua
abrangência ecoam na atualidade.
No intuito de esclarecer questões correlatas sobre a importância da conformação dos espaços com mais aspectos voltados à valorização dos aspectos perceptivos da paisagem, este texto versa sobre as teorias de alguns autores e seus discípulos. Nesta perspectiva, é possível arrolar vários precursores: Camilo Sitte (transição século XIX e
XX) – ponto de vista projetual – e outros que a abordaram com um viés mais teórico como Sauer (segunda década do século XX), Cullen (década de 1960) e Lynch (década
BASTIDAS, J. DISJUNÇÕES CRONOLÓGICAS DA PERCEPÇÃO DA PAISAGEM URBANA.
PERCEPÇÃO AMBIENTAL: NOVOS OLHARES SOBRE A PAISAGEM
de 1960). Dos autores elencados, Sitte e Cullen podem ser referenciados como de tradição arquitetônica, Sauer possui uma visão geográfica e Lynch, sendo oriundo da arquitetura, transversaliza as duas áreas e algumas correlatas.
Para analisar a direção do desenvolvimento das suas aportações serão clarificados os principais conceitos de cada autor, tentando tecer as convergências e/ou as dissensões. A primeira questão é salientar que tais autores afluem da corrente interacionista. Um ponto de análise semelhante aos estudos piagetianos que vislumbram serem as relações homem-meio construídas e recriadas por meio da sua associação constante. (PIAGET, 1997). Esta assertiva é complementada pela sensibilidade que