Um estudo sobre a construção social das famílias homoafetivas
Luciene Paula Vieira¹
Resumo
O artigo tem por objetivo geral: analisar a construção social das famílias homoafetivas, a sua percepção enquanto família e sua estigmatização. E por objetivos específicos: conhecer a história da homoafetividade; a construção das famílias homoafetivas; identificar as normativas legais que amparam seus direitos; descrever as manifestações de preconceitos e estigmas mais comuns e identificar qual a concepção que os homoafetivos possuem de família. A metodologia utilizada foi: levantamento bibliográfico e pesquisa de campo. Quanto às considerações finais afirma-se: a construção dessas famílias se dá frente a preconceitos; há uma ausência de reconhecimento jurídico, assim como de respeito a diversidade. Diante disso, é necessário repensar princípios e ideologias, também, é mister um movimento forte para a reivindicação de direitos na construção social das famílias homoafetivas.
Palavras-chave: Família. União Homoafetiva. Homoafetividade. Preconceitos.
Introdução
Definir a família, enquanto modelo único, hoje, constitui-se em uma tarefa muito complexa, já que ela sofre modificações devido às transformações sociais, culturais, políticas e econômicas, as quais a sociedade capitalista vem enfrentando nos últimos anos. Segundo Mello (1999), a família deve ser compreendida enquanto um fenômeno histórico e sociocultural que se manifesta de acordo com o espaço e tempo. No final das últimas décadas, a família vem se estruturando de maneira distinta, ao modelo de família nuclear, caracterizando pela disfunção entre as responsabilidades conjugais e parentais, principalmente por assuntos referentes à autonomia das esferas da conjugalidade e da sexualidade relativas à reprodução.
A família vem se transformando conforme os impactos das mudanças na sociedade, gerando modelos familiares diversos ao modelo familiar tradicional. Portanto, acredita-se que é necessário superar a