Traços brasileiros para uma analise organizacional
Resenha crítica de autoria de Claudio Marcio Araujo da Gama do capítulo 2(Traços brasileiros para uma análise organizacional, de autoria de Alexandre Borges) do livro Cultura Organizacional e Cultura Brasileira organizado por Fernando C. Prestes Mot-ta e Miguel P. Caldas.
1.1 Cultura Organizacional e Cultura Brasileira(Fernando C. Prestes Motta, Miguel P. Caldas- EAESP/FGV)
Apesar de expressar níveis complementares de um mesmo fenômeno, estudos sobre Cultura Organizacional, por um lado, e de Cultura Brasileira, por outro, têm geralmente seguido tradições e caminhos distintos no Brasil dos últimos anos. Essa independência parece predominar desde que o campo de cultura organizacional aportou no Brasil da década de 80, no rastro da difusão dessa linha de pesquisa no mundo ocidental.
Do ponto de vista da antropologia brasileira, o distanciamento com esse campo novo teve seus motivos – que vão da percepção de inaptidão teórica e de superficialidade conceitual de boa parte dos teóricos organizacionais à desconfiança de seu caráter modal – e acompanhou o comportamento observado em outras partes do mundo: seja como for, não nos cabe aqui, como teóricos organizacionais, analisar o lado antropológico da questão. Já do ponto de organizacional, o distanciamento é cada vez mais sentido, e há cada vez mais evidência da falta que o entendimento da cultura brasileira tem feito ao estudo de cultura organizacional no Brasil.
Realmente, apesar do aumento significativo de estudos focados em cultura organizacional no país desde fins da década de 80, ainda são poucos aqueles que se têm focado na análise da cultura de empresas no Brasil à luz das raízes, da formação e evolução, ou dos traços atuais da cultura brasileira. Também não são muitos aqueles que têm buscado entender melhor a cultura brasileira – ou manifestações de sua diversidade com base no espaço organizacional moderno, do seio das empresas aqui instaladas. E, por fim, são muito poucos os que se têm dedicado a