Trauma de intestino
Por ocupar grande volume é o órgão mais frequentemente acometido nas feridas abdominais por PAF. Os mecanismos responsáveis pela lesão das alças incluem (1) compressão das alças entre o objeto agressor e coluna vertebral (2) lacerações em pontos fixos que ocorrem por desaceleração (3) ruptura de alça fechada por elevação súbita da pressão intra-abdominal.
Pacientes com irritação peritoneal e/ou instabilidade hemodinâmica devem ser levados imediatamente à cirurgia, sendo o diagnóstico confirmado por laparotomia. Já vítimas com sinais peritoneais, porém estáveis, deve-se realizar uma radiografia simples de abdômen, esperando-se ar presente fora da alça para fechar o diagnóstico.
O procedimento cirúrgico consiste em rafia simples das lacerações ou a enterectomia, esta última realizada quando há presença de várias lesões próximas umas das outras.
Trauma de cólon e reto
As lesões colônicas são mais freqüentes ocasionadas por trauma penetrante, sendo o cólon o segundo órgão mais acometido na ferida abdominal por PAF e o terceiro mais acometido no trauma por arma branca. As lesões em reto são raras, sendo ocasionalmente causadas por ferimento de arma de fogo.
O ideal é que a cirurgia seja realizada dentro das primeiras duas horas da lesão. A região mais acometida é a do cólon transverso, seguido do cólon direito e ceco, cólon esquerdo, sigmóide e reto. O cólon transverso é o mais comumente acometido por ser móvel, ter grande comprimento e situar-se anterior e transversalmente no abdome.
As feridas por PAF devem ser exploradas obrigatoriamente por laparotomia, sendo o tratamento das lesões incluído em qualquer um desses métodos: (1) reparo primário; (2) ressecção do segmento envolvido com anastomose primária; (3) colostomia com reconstrução do trânsito em uma segunda operação.
Critérios para o reparo primário: Diagnóstico precoce nas primeiras 4 a 6 horas; estabilidade hemodinâmica; ausência de lesão vascular colônica; necessidade de