Transporte Da Pedra

595 palavras 3 páginas
transporte da pedra O capítulo XIX é consagrado à saga heróica do transporte de uma enorme pedra de Pêro Pinheiro para Mafra (15 km), que se prolongaria por oito dias. É aqui que o narrador faz sobressair a força e a determinação do povo, elegendo-o como o verdadeiro herói da obra, salvando-o do anonimato. O povo é o herói que, humilhado, sacrificado e miserável, alcança uma dimensão trágica e se eleva na sua força e humanidade. A gente que construiu o convento é o povo anónimo que trabalha e sofre às ordens do rei, não só para cumprir a sua promessa mas também para satisfazer a sua vaidade. É um povo humilde e trabalhador, elogiado e enaltecido pelo autor, que tenta tirá-lo do anonimato e o individualiza em várias personagens e também simbolicamente, atribuindo-lhe um nome para cada letra do alfabeto, num simples desejo de o tornar imortal e de o incluir na História de Portugal: «…Alcino, Brás, Cristóvão, Daniel, Egas, Firmino…». (pág. 244) A descrição do transporte da pedra no carro chamado «nau da Índia» dá conta das dificuldades da viagem e inspira o tom emocional e humorístico do narrador: «…vão aqui seiscentos homens que não fizeram nenhum filho à rainha e eles é que pagam o voto, que se lixam, com perdão da anacrónica voz». (pág. 259)

A personagem colectiva: o povo

O povo que surge em Memorial do Convento assume-se como um herói atípico, descrito como deficiente, rude, feio e, às vezes, violento. (pág. 244) Os milhares de operários que humildemente sofrem e se esforçam por sobreviver durante a construção do monumento são assim resgatados nesta nova interpretação da História. Por isso, MAFRA ganha uma nova conotação que denuncia a tirania dos poderosos sobre os oprimidos, também os eleva ao simbolismo de uma verdadeira força construtora e criadora «do mundo e das verdades que o sustentam»: «…mortos, assados, fundidos, roubados, arrastados…». (pág. 297)

A narrativa encaixada de Manuel Milho

É nas horas de descanso que surge a narrativa

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